Dia Estadual do Jongo: Dia de Luta Política

Dia Estadual do Jongo

A Lapa ficou pequena para tanta alegria. No dia 28 de julho, um dos principais polos culturais da cidade do Rio de Janeiro virou palco para uma grande roda de jongo pela comemoração do primeiro aniversário do Dia Estadual do Jongo – 26 de julho. A programação ainda contou com o Seminário Conquistas e desafios na roda, realizado no Palácio Gustavo Capanema, sede do Ministério da Cultura, no Rio, e reuniu nove comunidades jongueiras do Sudeste do Brasil.

A proposta de estabelecer um dia oficial para o Jongo foi levada à Assembleia Legislativa pelo deputado Robson Leite, presidente da Comissão de Cultura, com o objetivo de garantir o incentivo do Estado à elaboração de projetos, eventos e debates que insiram a discussão sobre o Jongo nas escolas públicas. Contudo, muito além de ser apenas um projeto de lei, o Dia Estadual do Jongo expressa a história de resistência, articulação, de afirmação e de valorização da identidade negra das comunidades jongueiras do estado do Rio de Janeiro. Mais do que um momento de celebração, o Dia Estadual do Jongo tornou-se um dia de luta política.

Com este pensamento, o Seminário Conquistas e desafios na roda evidenciou que a luta pelo reconhecimento local ainda é um desafio a ser enfrentado pelas comunidades em seus municípios e, neste sentido, a necessidade de articulação do Estado, em suas esferas de governo e de poder, para que os direitos das comunidades sejam garantidos por meio de políticas públicas efetivas.

O Seminário teve sua mesa coordenada pelo Deputado Estadual Robson Leite, e contou com a participação dos representantes das comunidades jongueiras Luciana Adriano da Silva (Representante da Região da Costa Verde e liderança da comunidade jongueira do Quilombo Santa Rita do Bracuí/ RJ), Maria de Fátima da Silveira (Representante da Região do Médio Paraíba e liderança Jongueira da Comunidade de Pinheiral/ RJ), Maria das Graças Caetano (Representante da Região do Noroeste Fluminense e liderança jongueira da comunidade de Santo Antônio de Pádua/ RJ), Jeferson Alves da Silva (Representante do coletivo de Jongueiros do Sudeste e liderança jongueira da comunidade do Tamandaré - Guaratinguetá/ SP), além dos representantes institucionais, Marcelo Veloso (chefe da Representação Regional do Rio de Janeiro/ Espírito Santo do Ministério da Cultura), Cristina Lodi (Superintendente do Ipnah no Rio de Janeiro) e Lucio Enrico (Coordenadoria de Patrimônio Imaterial do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural – INEPAC)

As comemorações do Dia Estadual do Jongo deste ano foram fruto da parceria entre o Ministério da Cultura (MinC), Pontão de Cultura do Jongo/Caxambu, IPHAN, Comissão de Cultura da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Fundação Palmares, Instituto de Arqueologia Brasileira (IAB), e as prefeituras municipais de Angra dos Reis, Rio de Janeiro e Piraí. Estiveram presentes as comunidades jongueiras Quilombo Santa Rita do Bracuí, Angra dos Reis/ RJ; Centro de Referência de Estudo Afro do Sul Fluminense-Jongo de Pinheiral - Pinheiral/ RJ; Associação Sementes D'África - Barra do Piraí/ RJ; Jongo de Arrozal - Piraí/ RJ; Caxambu Renascer de Vassouras - Vassouras/ RJ; Caxambu de Miracema - Miracema/ RJ; Jongo Michel Tannus - Porciúncula/ RJ; Caxambu Dna. Sebastiana II - Santo Antônio de Pádua/ RJ; Associação Cultural Jongo da Serrinha, Madureira, Rio de Janeiro/ RJ; além das Lideranças Jéferson Alves, Laudeni de Souza, e Alessandra Ribeiro, representantes da Associação Cultural Quilombolas do Tamandaré - Guaratinguetá/ SP, do grupo Mistura da Raça - São José dos Campos/ SP, e da Associação Jongo Dito Ribeiro – Campinas/SP, respectivamente.

* Por Elena Batista Wesley e Mariana Nery

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